OPINIÃO: TURISMO EMBARCADO DE OBSERVAÇÃO DE BALEIAS. O QUE AINDA NÃO FOI DITO

Então... Sempre haverá os que respeitam... Mas...


Praia da Costeira da Armação da Piedade, canto norte da Baía dos Golfinhos, em Gov. Celso Ramos (SC), e o intenso trafego de barcos e veleiros, onde param para o almoço dos turistas, principalmente durante a temporada de verão. 

Sempre haverá espaço pra todos. A busca pela perfeição, ou mesmo uma adequação permanente, que agrade a atinja a todos, inclusive, o meio que nos cerca, deveria estar a frente de qualquer decisão tomada, independente do tempo que isso necessite. A visibilidade, ou mesmo o tempo que isso vai permanecer, depende das decisões acertadas que podem e devem ser tomadas. Dentro disso, "sempre haverá os que respeitam...", como dito no subtítulo desta opinião. 

Mas quando esta pratica se tornar rotina para inúmeras embarcações, como o turismo embarcado de observação de baleias, aqui no sul - e estava se encaminhando para isso antes da proibição -, outros iriam disputar este 'restável comércio' ou 'serviço', que poderia se tornar sim, sem fiscalização - como outros exemplos que já conhecemos -, sem controle, e até mesmo sem a consciência devida.


Talvez não seja o melhor exemplo para se usar em comparativo neste caso, mas na Baía dos Golfinhos, em Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis, o que menos existe lá são golfinhos, que antes infestavam a baía. Fruto do turismo desenfreado - além da intensa poluição de toda Baia Norte, em Floripa -, e sem preparo para usufruir de um 'serviço', que além de atender turistas, formar a consciência coletiva da importância pela preservação dos espaços, em um local que não deveria ter sofrido com isso tantos anos. 

Mas sofreu.. E agora, todos reconhecem a agressão que foi cometida, onde dezenas - ou mais - de barcos e veleiros, continuam trafegando por lá, tentando explicar que outrora naquele local a espécie predominava em abundancia. Mas não explicam o porque não se vê mais golfinhos naquela linda e incomparável baía. Hoje só restou mesmo a água azul turquesa que ainda impressiona quem passa.

O que não pararam pra pensar ainda: se esta decisão de proibir o turismo embarcado para observação de baleias não foi a decisão mais acertada. 

Buscar o desenvolvimento turístico requer, além de conhecimento e 'vantagens', sensibilidade e pesquisa. Levar projetos a qualquer custo, visando apenas o lucro e o beneficiamento de alguns - sem contar o deslumbramento do turista, que, claro, todos sabemos e imaginamos esta possibilidade -, pode, em alguns anos, trazer o ônus da falta de educação e da insustentabilidade que causa o fim sofrido por um ato de incoerência. 

Vamos respeitar a opinião de todos, e das espécies, que muitas vezes não tem com se defender. Os que ainda defendem esta prática, ou tem alguma ligação com ela, ou não tem conhecimento necessário para, nem ao menos, opinar. Nem mesmo pesquisadores chegam há uma conclusão unanime. E ficamos a mercê de vontades e decisões judiciais.

Para terminar, a questão não é ser contra ou a favor deste modelo de turismo. E sim, saber o quanto isto pode afetar as espécies ou mesmo, interferir em seu ambiente, em suas vidas. Se posicionar sem informação é muito mais simples.

Baia do Golfinhos, em Governador Celso Ramos (SC), sem golfinhos há muito tempo. 

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