O HOMEM DA CABEÇA DE PAPELÃO

Cartaz original da Peça. Ilustração: Divulgação

Assisti nesta quarta-feira (05/05), a única apresentação na Capital do Estado, de uma peça teatral intrigante, interessante, envolvente e reveladora. O "Homem da Cabeça de Papelão", não é simplesmente uma peça teatral, faz parte do Projeto desenvolvido há 15 anos pelo ator Tadeu Aguiar, com o objetivo de aliar diversão e reflexão em espetáculos de qualidade, renovados a cada ano, fundamentados pedagogicamente e sempre seguidos de um debate.
Escrita por Eduardo Bakr, é uma livre adaptação do texto homônimo de João do Rio e discute conceitos de ética, caráter e respeito ao próximo, por meio de uma história leve e cheia de surpresas.

Promovido aqui em Santa Catarina pela Secretaria de Educação e pelo Colégio Bom Jesus, a peça que foi desenvolvida pelo Projeto Teatro Jovem visa proporcionar aos jovens brasileiros o acesso à cultura e incentivar o hábito de frequentar o teatro.

A apresentação do espetáculo. Foto: Eduardo Rosa/SURFEMAIS

Além do papel de formador de platéia, o projeto contribui com a formação dos jovens como cidadãos críticos e atuantes na sociedade, levando à cena, de forma interessante e divertida, temas importantes para o aluno e para qualquer pessoa, por meio de uma linguagem com a qual o jovem se identifica.
Assim, o projeto promove discussões sobre a postura e o papel do jovem na sociedade, as suas relações com a escola, vocações, valores éticos, angústias, desejos, abrindo uma oportunidade de reflexão acerca da árdua tarefa que é crescer.
As produções do Teatro Jovem já foram assistidas por quase dois milhões de jovens em todo o Brasil.

Fiquei sabendo ainda a tarde da apresentação e a noite presenciei o Teatro Alvaro de Carvalho, no Centro de Florianópolis, lotado de pessoas ávidas em conhecer este diferente mas representativo tabalho. Ao final, sobraram aplausos - em pé, é claro -, e uma reflexão intrigante de como estamos tratando nossas vidas, os conceitos e as relações com nossos filhos, amigos, parentes e uma parcela de culpa por não estarmos dando ouvidos aos jovens que crescem fadados a desilusão profissional e afetiva, em carreiras que pouco irão contribuir para a formação de um verdadeiro cidadão. Ou, como apresentado na peça, a necessidade de nos tornarmos pessoas de "boa cabeça", com prestigio, posição social e status.

O cenário foi muito bem montado. A frente dos atores uma curtina quase transparente com uma luz ao fundo davam contornos de época a apresentação. Foto: Eduardo Rosa/SURFEMAIS

O diretor e ator Tadeu Aguiar, confirmou que já recebeu proposta para novas apresentações aqui no estado, especificamente em Florianópolis. E o SURFEMAIS irá manter-se informado sobre as datas das novas apresentações e as cidades em que elas ocorrerão.

Abaixo segue a sinópse do espetáculo que conta com apenas 3 atores - Anna Belo, Carol Futuro e Eduardo Bakr -, e uma estrutura com mais de duas toneladas de equipamentos e cenários, o que por sí só já foi um espetáculo.

SINÓPSE

"O espetáculo “O Homem da Cabeça de Papelão” conta a história de Helio, um cidadão exemplar que, por ser bom, irritava a todos. Tinha na cabeça um idealismo maior que tudo e, por isso, todos achavam que ele tinha um parafuso a menos. Apaixonado, para conseguir casar com Estela, empregada de sua casa, sua única opção foi colocar a cabeça no lugar. Depois de tentar de tudo, ele entra em uma relojoaria e pede para que a consertem. Para isso, precisa trocá-la por uma de papelão. Com a cabeça trocada, Helio perde seu bom caráter e seus valores morais, absorvendo os péssimos costumes de seus concidadãos.

Passado o tempo, Helio lembra que precisa buscar sua cabeça na relojoaria. Chegando lá, para seu espanto, o relojoeiro diz que ela é perfeita, capaz de fazer do mundo um lugar maravilhoso. Assustado, Helio diz que não vai recolocá-la no lugar, que uma preciosidade dessas precisa ficar guardada, pois pode ser perigoso exibi-la.

Anos depois, é anunciada a morte de Helio, homem notoriamente poderoso e triste, encontrado em sua casa com uma cabeça de papelão inteiramente vazia de ideias e de memórias aproveitáveis. Curiosamente, uma outra cabeça é encontrada dentro de uma gaiola, perfeita e brilhante, considerada por todos muito perigosa, pois se suspeita que ela seja a responsável por “ações terroristas”, como manifestações de paz, gentilezas e ações humanitárias
."

Foto: Divulgação.

Por Eduardo Rosa

Comentários

anonimo disse…
Assisti a peça no dia de ontem(24/05)e gostei muito.Achei impressionante a rapidez dos atores para trocarem de roupa e conseguirem fazer uma peça super legal com apenas 3 pessoas.Mas achei que o final ficou um pouco seco para uma história empressionantemente rica em seu meio.
Anônimo disse…
muito bom o trabalho feito neste teatro mesmo ele sendo bem curto. estão de parabens
Anônimo disse…
Eu assisti a peça em uma apresentação no CEU TRES PONTES achei muito interesante,posso dizer inenarravél.Fiquei intrigada com a forma como o diretor fez uma releitura do texto original,particularmente eu gostei muito estão todos de parabéns!!!!!!!
Jéssica dos Santos Fonte disse…
Sou Gestora Cultural do Ciep Brizolão 392 Mário de Andrede,Eu assisti!A cia de Teatro Jovem trouxe o espetáculo ao nosso Colégio,o espetáculo foi Fabuloso e prendeu a atenção de mais de 800 alunos.
Os atores interpretaram o conto de João do Rio com perfeição e bom humor,sentimos-nos honrados em recebe-los.
Os atores são ótimos,mais vale ressaltar que desde o motorista que trouxe os equipamentos para a montagem do senário até os profissionais da sonorização trabalharam em harmonia,colaborando para a perfeição do espetáculo.
Levando em consideração os comentários dos alunos,a peça só pode ser resumida em uma palavra:PERFEIÇÃO.
Todos estão de Parabens.
Anônimo disse…
eu sou lindo