HISTÓRIA, LENDAS E DICAS DO PALCO DAS MAIORES ONDAS DO BRASIL
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A fábrica de pranchas da Vickstick, em 1978. Da esq. para dir. Toni Catão, Lurdinha, Bento Xavier, Richer, Victor Vasconcelos, Laura, Daniela, Ana e Roberto Perdigão. Arquivo pessoal Perdigão. |
Descobrimento das ondas de Imbituba.
Para começar, a origem do surf em Imbituba, pode ser atribuída a duas famílias de gaúchos: os Sefton e os Jonhapeter. Eles foram um dos primeiros surfistas dos mares do sul do Brasil. E em meados dos anos 60, Fernando Sefton – com seus filhos ainda pequenos Paulo e Mico -, mais seus amigos Klaus e Jorge Jonhanpeter, e Mário Peccini, aportaram em Imbituba, após 15 horas de viagem, vindos de Porto Alegre, a procura de ondas surfáveis e, a partir daí, todo feriado, final de semana e férias, o roteiro era o mesmo: as grandes e perfeitas ondulações em Imbituba.
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Fernando Sefton, pai do Paulo e do Mico, na praia do Porto, em Imbituba, num verão dos anos 60. Foto: Arquivo Pessoal. |
Mas, entre os nativos circula a versão de
que, pouco antes dos gaúchos descobrirem Imbituba, José Henrique Costa - mais
conhecido entre os locais como Lilico - e mais três nativos, já dropavam as
ondas se equilibrando em cima de uma prancha de madeira chamada “fibra de
coqueiro”, que pertencia a César Francisco, até que os Séfton chegassem, com
suas pranchas de fibra de resina. Mais tarde, Lilico realizou seu grande sonho, e
comprou sua primeira prancha de fibra, em Porto Alegre.
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André di Biasi (de costas) e Horácio Seixas, Chalé 3, Imbituba. Foto Klaus Mitheldorf - Arquivo pessoal André Cotrin |
A chegada de cariocas e paulistas
No início da década de 70, Bento Xavier da
Silveira, resolveu checar a ‘lenda’ que falava de ondas de até 15 pés tubulares,
que quebravam perfeitas e praticamente sozinhas, numa praia localizada quase no
extremo sul do Brasil. Ele foi um dos primeiros surfistas do eixo Rio-São Paulo
a pegar onda em Imbituba.
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Chalé 3, Imbituba 70's 80's. Foto Klaus Mitheldorf Arquivo pessoal André Cotrin |
Sendo ele, um nômade por natureza – capaz de se
adaptar a qualquer condição para realizar seu grande desejo – “migrar para Imbituba foi uma tarefa fácil”.
Lendas contam, que Bento chegou a residir por algum tempo em um pequeno barraco
na Ilha Santana de Fora, uma das duas ilhas encravadas
em frente à praia da Vila, remando quase todos os dias até o pico, para surfar
e voltar para ilha. Vivia da farta pesca existente ali, além de vez ou outra,
ir até o centro da cidade buscar outros mantimentos. O referido barraco é
utilizado até hoje por muitos surfistas e pescadores na Ilha Santana de Fora.
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Arnaldo Campelo Spyer, Roberto Perdigão, Victor Vasconcellos, Eduardo Dardal e Edu Olinto. Arquivo Pessoal André Cotrin |
As sementes do surf nacional plantadas em Imbituba
Em frente à praia da Vila, e ao lado do Hotel Imbituba – que já foi até hospital em décadas passadas, e que era muito bem cuidado pelo já falecido Moreira -, fica o conhecido ‘Chalé dos Catão’, que era a residencia de férias de uma família tradicional carioca, que tinha a concessão para exploração do Porto de Imbituba. Toni Catão, já falecido e um dos herdeiros dessa família, comandava a trupe de sedentos surfistas, que vinham de outros estados e costumavam ‘acampar’ ali por meses - até 20 ou 30 surfistas se reunião -, com alguns deles fazendo parte e comandando a história do surf nacional até hoje.
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Toni Catão (a esquerda), comandava a trupe de aventureiros em Imbituba. Arquivo Pessoal André Cotrin. |
Como Roberto Perdigão, por exemplo – fundador da ABRASP (Associação Brasileira de Surf Profissional) em 85, e membro
da WSL/South America até hoje –, Arnaldo “Abacaxi” Spyer – juiz da
ABRASP e da antiga ASP (Associação Mundial de Surf Profissional) hoje WSL, até pouco tempo atrás -, Ricardo Bocão – grande surfista de
ondas grandes, eleito embaixador brasileiro no circuito mundial, e comandante do
canal de TV a cabo Woohoo, -, Victor Vasconcelos e Roberto Bataglim – fundadores
de uma pioneira fábrica de pranchas de fibra, a Vicstick, que mais tarde passou a se chamar Hotstick.
Além deles, outras lendas do surf brasileiro como Ianzinho, Cauli Rodrigues, Jorge Vicente - que residiu durante anos no Hawaii, mas que agora mora em Florianópolis, considerado um dos mais renomados shapers (designer) de pranchas havaianas do mundo -, Carlos Mudinho – um dos mais
competitivos e lendários longboarders do Brasil –, André Cotrin, Horácio Seixas
– irmão do falecido cantor Raul Seixas -, André de Biasi - o Lula, da série de tv 'Armação Ilimitada' -, Reinaldo 'Dragão' Andraus - diretor proprietário da Revista Hardcore - e Sidão da OP, eram
apenas alguns dos mais ilustres e assíduos frequentadores.
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Roberto Perdigão, desfrutando dos melhores dias. Praia da Vila, em Imbituba. Lá viveu momentos áureos, desde a descoberta a decadencia e a redescoberta em grande estilo. Arquivo pessoal |
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Relíquia de Gariba Bilherva, veterano das ondas de Imbituba, mostrando como a praia da Vila quebrava em 1978. Foto Arquivo Pessoal. |
Até hoje ouve-se entre esses pioneiros algumas histórias interessantes, como a da rinha de briga de galo no centro da
cidade, do senhor Marcos, o Marcão do restaurante em frente a praia do Castelinho, em que as arquibancadas da
mesma, transformavam-se em dormitórios para alguns dos visitantes, quando seus quartos para alugar estavam lotados, que vinham
atrás de aventura, ondas grandes e perfeitas, durante suas estadas por lá.
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Shaper e inventor, ou mais conhecido como 'Professor Pardal', Jair Machucho Fernandes e suas pranchas produzidas em Itapirubá. Foto: Arquivo Pessoal. |
Outra coisa que marcou o surf brasileiro na
época foi o lançamento da primeira bermuda de surf idealizada e fabricada em
Imbituba. Daniel Setton, ou 'Danny Boy', outro ilustre visitante e amigo da família Catão, havia
recém chegado da Califórnia, e resolveu lançar no Brasil a moda que já era febre
entre os norte-americanos. Surgia ali, para mais tarde se transformar numa das
maiores fabricantes de surfwear do Brasil.
O Canto do Paraná e lendas internacionais de passagem por Imbituba
E sob os olhares curiosos e admirados dos
nativos e pescadores, estes visitantes desafiavam as ondas das praia da Vila, bem como da praia do Porto,
mais especificamente no lendário Canto do Paraná, que foi uma das melhores e
mais perfeitas ondas do sul do Brasil, onde hoje se localiza o segundo cais construído no Porto de
Imbituba, revolucionando a juventude com suas pranchas, muita coragem e
ousadia. Até estrelas do surf mundial como Mickey Dora e Joe Cabel, conheceram
e comprovaram as praias maravilhosas, o surf e o auto astral que reinavam naquele
pedacinho de terra chamado Imbituba.
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Walter Tate Tavares, um dos mais experientes em se tratando de Imbituba, em 1988. Arquivo pessoal. Foto Nedo |
A 'velha guarda' do surf Imbitubense e o fim da decadência ambiental
Da que se pode chamar de “velha guarda” do
surf local imbitubense, pois a maioria ainda surfa - uns aqui, outros no céu, já falecidos, in memorian -,
todos hoje ainda conhecem lendas como Ivinho, Caca – já falecido, tendo sido,
na década de 70, página central da extinta revista Brasil Surf, única
especializada em surfe na época – Naborzinho e Mezo – dois pioneiros na
fabricação de pranchas realmente locais, o primeiro com as pranchas Imbituba, e
o segundo com a Litoral Sul, respectivamente.
Além deles, Adil, Zé Neto da Rip Villas, Jota – laminador, shaper e exímio salva-vidas da região, porteriormente -, Flavinho Bortoluzzi, Walter 'Tati' Tavares, Gil de Bonna, Vaninho, Baia, Gariba Bilherva, Natanael, Muri – que, em sua homenagem ainda em vida, recebeu o nome de uma das valas (ou pico de ondas) existentes na praia da Vila Nova, o pico do Muri -, Marquinhos – filho de Marcão do restaurante -, o lendário Koyzinho já falecido, entre tantos outros, fizeram sua base na rua de baixo e serviram de escola para as gerações que se seguiram.
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Koyzinho na praia da Vila,, durante o OP Pro Imbituba 94. Foto: Arquivo Pessoal. |
Além deles, Adil, Zé Neto da Rip Villas, Jota – laminador, shaper e exímio salva-vidas da região, porteriormente -, Flavinho Bortoluzzi, Walter 'Tati' Tavares, Gil de Bonna, Vaninho, Baia, Gariba Bilherva, Natanael, Muri – que, em sua homenagem ainda em vida, recebeu o nome de uma das valas (ou pico de ondas) existentes na praia da Vila Nova, o pico do Muri -, Marquinhos – filho de Marcão do restaurante -, o lendário Koyzinho já falecido, entre tantos outros, fizeram sua base na rua de baixo e serviram de escola para as gerações que se seguiram.
E, se nas décadas de 60 e 70, a fama das melhores e maiores ondas correu os quatro cantos do Brasil, na década de 80 a imagem poluída da cidade afastou os surfistas, e a indústria sem chaminés do turismo, cresceu nas vizinhas Garopaba e Laguna, passando por cima da rica beleza natural de Imbituba. Foram pouco mais de quinze anos de decadência e burrice total para acontecer o que os surfistas e amantes de Imbituba já haviam previsto. Para muitos, que conheceram Imbituba antes desta 'falência ambiental', ficou como exemplo para que tais equívocos não sejam cometidos novamente.
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Ex top do WCT, Vitor Ribas, nos últimos anos tem desfrutado com certa frequência das ondas de Imbituba. Praia da Vila. Foto Jaime Mengue. |
Grandes eventos: O fim do esquecimento.
Hoje, com o surf já transformado em profissão, e os surfistas provando que não são vagabundos, mas sim, atletas de talento e habilidade, a cidade já resgatou sua imagem ecologicamente correta, e partiu para o ousado desafio de receber grandes competições e grandes atletas nacionais e internacionais.
As lendas da fotografia de surf há época Agobar Júnior e Lauro Maeda, a frente da estrutura móvel - a primeira no Brasil - do OP Pro Imbituba 94. Foto: Eduardo Rosa/arquivo pessoal. |
Assim como foi o OP PRO Imbituba 94 - que serviu de marco para o fechamento em definitivo da ICC (Industria Carboquímica Catarinense), mesmo sob ameaças de bombas e o boato lendário sobre uma cápsula de material radioativo que estaria enterrada nas areias da Praia da Vila, durante o evento, e que pertenceria a própria ICC.
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Fabinho Carvalho foi o grande vencedor do Desafio No Fear de Ondas Grandes, em 1999, na praia da Vila, em Imbituba. Foto: Arquivo Pessoal/Fábio Carvalho. |
E o Desafio No Fear de Ondas Grandes – primeiro campeonato realmente só de ondas grandes a nível nacional -, as várias etapas do Circuito Super Surf, e o ponto máximo para o surfe nacional e internacional, o WCT Brasil, que aconteceu durante oito anos seguidos nas areias da praia da Vila, em Imbituba.
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Gabriel Medina quando começou sua arrancada para entrar no WCT 2011, vencendo o Prime de Imbituba, na praia da Vila. Foto Jaime Mengue. |
De Imbituba, os atletas vêm ano a ano
progredindo em competições nacionais e internacionais. Em destaque, a cidade já
teve um atleta entre os dez melhores do Circuito Brasileiro, como foi o caso de
Fábio Carvalho, que ainda teve uma participação histórica em uma das etapas do
WCT, em águas imbitubenses, concorrendo com seu maior ídolo, Kelly Slater, entrando
de vez para a história do surf nacional, catarinense e imbitubense.
PRAIA
DA VILA (A MECA DO SURFE)
CONHECENDO
UM POUCO O DESAFIO
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A imagem das duas ilhas - Santana de Dentro e de Fora - são marcas registradas deste que é um paraíso para muitos, e o pesadelo para outros. |
Imbituba localiza-se no centro sul do país,
numa região em que a plataforma continental é a que menos se estende em direção
ao Oceano Atlântico. Ou seja, a ondulação chega à costa com muito mais energia
que em outras regiões do Brasil. Alia-se isso, ao fato de possuir um banco de
areia quase fixo, que se prolonga um pouco mais para fora que em outros locais,
pois a presença de duas ilhas - Santana de Dentro e de Rora - dificulta o movimento e a saída de areia desta
bancada.
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Uma das fotos mais antológicas da Praia da Vila, com vento sul e ondas de mais de 3 metros. Foto Tania Candemil. |
Na realidade são dois bancos quase sempre triangulares. Um próximo a ilha Santana de Dentro e outro mais para fora. O primeiro banco aceita swells de leste - onde uma esquerda longa e perfeita atravessa quase toda a extensão da praia -, e de sul - para abrir uma direita com diversas seções manobráveis -, inclusive, dependendo da posição e profundidade do banco, tubos largos e perfeitos. Nesta posição, as ondas podem chegar a 8 pés plus (mais de 2,5 metros) de altura.
Na segunda bancada, que se estende até a
ilha Santana de Fora, as ondas quebram em qualquer posição, principalmente
direitas longas e perfeitas que se arremessam para o alto e depois para frente,
tornando a onda muito mais difícil de descer. Os mais experientes ainda
desafiam o mar quando ele está de “responsa”, pois, a cada nova queda, em ondas
deste porte – de 8 a 18 pés – não existem ganhadores ou perdedores.
Só quando saírem do mar é que irão saber.
O canal ajuda - um pouco – a travessia, mas a sorte também. O “timming” não é o principal fator, pois a ondulação não marca hora para chegar. Quando a série entrar – caso resolva cair – reze para não estar no meio do caminho dela, pois se você já ouviu falar que “fechou o canal”, e pensa que sabe o que é isso, é pura ilusão sua.
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Gil de Bona entre as duas Ilhas Santana de Dentro e de Fora. Foto: Arquivo Pessoal. |
O canal ajuda - um pouco – a travessia, mas a sorte também. O “timming” não é o principal fator, pois a ondulação não marca hora para chegar. Quando a série entrar – caso resolva cair – reze para não estar no meio do caminho dela, pois se você já ouviu falar que “fechou o canal”, e pensa que sabe o que é isso, é pura ilusão sua.
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Até mesmo o tantas vezes campeão, Kelly Slater, já sentiu o potência das ondas da praia da Vila em uma de suas passadas por Imbituba. Foto Aleko Stergiou/WSL. |
Muitas vezes a força do impacto da onda em
cima do canal é bem maior do que quando a onda quebra lá fora. Primeiro ela
desaba em suas costas e te joga para baixo - bem para baixo -, pois há uma boa
profundidade ali. Se você conseguiu resistir ao impacto, tomara que tenha dado
uma boa respirada antes de afundar. O ideal é não largar a prancha e não perder
a noção de direção de superfície em nenhum momento.
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Em qualquer época do ano, as condições na praia da Vila podem estar perfeitas. Ou fora de controle. Foto Luis Reis |
Se chegar até este momento, é porque
sobreviveu a primeira parte desta aventura e, principalmente, manteve a calma o tempo todo. E, o mais importante, quando
estiver embolado numa onda dentro do
canal, o melhor é largar a prancha e saber qual direção ela irá tomar. Ela irá subir,
certamente. Nade para cima, para “luz”!!
E, se ainda você estiver com sorte – e fôlego - não haverá nenhuma outra onda
atrás para lhe tragar novamente. Se conseguir passar por tudo isso e
sobreviver, vá até o pico e drope uma por mim, pois, esta é a única saída, e
não há como tentar sair remando de lá.
Um aviso importante: se você ainda não é um
adepto do big surf, estiver surfando na Vila - ou em qualquer outra praia -, e
a situação estiver ficando fora de controle, apenas reme para fora e reze, reze
muito. Quem sabe Alguém lá em cima escute suas preces. Em raros dias, na Praia
da Vila, as condições podem mudar de uma hora para outra, e para não ser pego
de surpresa, este guia pode ser importante e lhe dar uma pequena noção do que
você poderá encontrar numa próxima trip a Imbituba.
GUIA
DAS ONDAS EM IMBITUBA
Tão importante quanto surfar, é achar as
ondas certas no lugar certo. Por isso, para surfar em qualquer lugar, você tem
que estar por dentro das condições para a prática do esporte.
Primando por possuir um litoral muito bem
recortado, Santa Catarina é conhecida por fazer parte da “Califórnia brasileira” - que se estende desde o litoral paranaense,
até as praias de Laguna -, e se destaca do resto do Brasil, por suas belas baías e excelentes ondas que quebram em qualquer época do ano. Neste contexto,
Imbituba se destaca, ainda mais, das outras praias em diversos fatores, principalmente,
tamanho, freqüência, variedade de ondas e posição geográfica.
E acima de tudo, o respeito aos nativos, assim
como em qualquer praia pelo mundo, evita problemas indesejáveis em uma surf
trip. Em todas as praias de Imbituba, os locais são muito acolhedores e
surfistas do mundo inteiro já sentiram isso. Há ondas para todos neste trecho
do litoral. Um amistoso “bom dia”, e o respeito à natureza fazem também muita diferença.
Região Norte:
1. Praia Vermelha
(costão sul)
Ondulação: leste, sudeste e sul.
Vento: Norte ou sul.
Tamanho: 2 a 8 pés.
Fundo: areia e pedras próximas ao costão.
· Acesso
é feito por trilhas na praia do Rosa Norte, ou pela praia do Ouvidor, que pertence a vizinha, Garopaba.
2. Praia do Rosa Norte
Ondulação: sul, sudeste e leste.
Vento: Norte e nordeste.
Tamanho: 2 a 8 pés plus.
Fundo: areia.
Ondulação: leste e sudeste.
Vento: sul e sudoeste.
Tamanho: 2 a 10 pés.
Fundo: areia.
4. Praia do Luz
Ondulação: sul e leste.
Vento: Nordeste.
Vento: Nordeste.
Tamanho: 2 a 8 pés.
Fundo: areia.
5. Praia de Ibiraquera
Ondulação: sul, sudeste e leste.
Vento: Nordeste e norte
Vento: Nordeste e norte
Tamanho: 2 a 8 pés plus.
Fundo: areia.
· Uma
das melhores do mundo para windsurf e Kitesurf. Nas condições certas, esquerdas longas e
perfeitas, que não deixam a desejar a outros paraísos com ondas perfeitas, como
a Indonésia, por exemplo.
6. Praia da Ribanceira
Ondulação: leste e sudeste.
Vento: sul.
Tamanho: 2 a 8 pés.
Fundo: areia.
Fundo: areia.
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Leonardo Barcelos num dia de respeito na praia da Ribanceira e com boas ondas. Foto: Cida Barcelos/Arquivo Pessoal. |
· Cuidado
ao entrar pelo canal. Ponta de mastros de um navio afundado ali há anos, não
totalmente submerso.
Região Central:
7. Praia d’Água
Ondulação: leste e sudeste.
Vento: sul, sudeste e nordeste fraco.
Tamanho: 2 a 8 pés plus.
Fundo: areia e laje de pedra.
· Com
swell de sul/sudeste, acima de 8 pés, podem quebrar ondas perigosas em cima de
uma laje de pedras na ponta do costão sul. Este pico é recomendado para “big
riders” experientes.
· Realizar
as trilhas de acesso a praia é a melhor opção. Evitar levar veículos até
próximo do pico. Acesso pelas praias do Porto e da Ribanceira.
8. Praia do Porto
Ondulação: sudeste e leste.
Vento: sul.
Tamanho: 2 a 8 pés plus.
Fundo de areia e pedra (em frente aos molhes).
Vento: sul.
Tamanho: 2 a 8 pés plus.
Fundo de areia e pedra (em frente aos molhes).
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Direitas no primeiro Molhes, Praia do Porto, Imbituba. Foto Jaime Mengue. |
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Praia do Porto na década de 70, |
9. Praia da Vila
Ondulação: sul, sudeste e leste
Vento: norte, nordeste e sul (com força
mediana).
Tamanho: 2 a 18 pés.
Fundo: areia.
Fundo: areia.
10. Marcão,
Castelinho, Araçá, Pedra Ferro, Boca da
Barra, AABB, Rinza, Muri’s House e Escolinha.
Ondulação: sul, leste e nordeste.
Vento: norte, oeste e nordeste fraco.
Tamanho: 2 a 8 pés.
Fundo: areia
Fundo: areia
Obs.: Mar aberto. Continuação da praia da Vila até Itapiruba.
Região Sul:
11. Praia
do Marissol (Itapirubá Norte)
Ondulação: leste e sudeste.
Vento: sul e sudeste.
Tamanho: 2 a 6 pés.
Fundo: areia
Ondulação: leste e sudeste.
Vento: sul e sudeste.
Tamanho: 2 a 6 pés.
Fundo: areia
12. Praia
de Itapirubá (Lado Sul)
Ondulação: sul, sudeste e leste.
Ondulação: sul, sudeste e leste.
Vento: Nordeste.
Tamanho: 2 a 8 pés.
Fundo: areia.
Comentários
Cabe lembrar, (como vc diz na materia) Imbituba teve mais de uma decada perdida por conta da ICC! Porem, atualmente caminha para o mesmo destino do passado ou seja o fim das belezas naturais com a chegada da Voltorantin, ampliação da área do porto, desejo da administração por industrias da China, Itália...
Mr. Fish