CONHECENDO O DESAFIO DE SURFAR A PRAIA DA VILA, EM IMBITUBA
Katz Sulivan Fernandes num dia em que as esquerdas quebravam quase atrás da Ilha Santanna de Dentro. Mas perfeito. |
Imbituba localiza-se no centro do litoral sul do país, numa região em que a plataforma continental é a que menos se estende em direção ao Oceano Atlântico. Ou seja, a ondulação chega à costa com um pouco mais energia que em outras regiões do Brasil.
Alia-se isso, ao fato de possuir um banco de areia quase fixo, que se prolonga um pouco mais para fora que em outros locais, pois a presença de duas ilhas dificulta o movimento e a saída de areia desta bancada. Na realidade são dois bancos quase sempre triangulares. Um próximo a ilha Santana de Dentro e outro mais para fora.
O primeiro aceita swells de leste, onde uma esquerda longa e perfeita atravessa quase toda a extensão da praia; e de sul, para abrir uma direita com diversas seções manobráveis; inclusive, dependendo da posição e profundidade do banco, tubos largos e perfeitos. Nesta posição as ondas podem chegar a 8 pés plus (mais de 2,5 metros) de altura.
Pela foto do Google Earth, com um pouco de esforço dá para ver as bancadas da Vila. |
O canal ajuda - um pouco – a travessia, mas a sorte também. O “timming” não é o principal fator, pois a remada é longa e a ondulação não marca hora para chegar. Quando a série entrar – caso resolva cair – reze para não estar no meio do caminho dela, pois se voçê já ouviu falar que “fechou o canal” e pensa que sabe o que é isso, é pura ilusão sua. Muitas vezes a força do impacto da onda em cima do canal é bem maior do que quando a onda quebra lá fora. Primeiro ela desaba em suas costas e te joga para baixo - bem para baixo -, pois há uma boa profundidade ali.
Se voçê conseguiu resistir ao impacto, tomara que tenha dado uma boa respirada antes de afundar. O ideal é não largar a prancha e não perder a noção de direção de superfície em nenhum momento. Se chegou até aqui e, principalmente, manteve a calma o tempo todo, o negócio é largar a prancha e saber qual direção ela irá tomar. Ela irá subir, certamente. Nade para cima, para “luz”. E se ainda você estiver com sorte, não haverá nenhuma outra onda atrás para lhe tragar novamente.
Se conseguir passar por tudo isso e ainda estiver com folego, vá até o pico e drop uma por mim, pois, esta é a única saída e não há como tentar sair remando de lá.
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