SUL-AMERICANOS, OS PRIMEIROS DESBRAVADORES DOS MARES

Entenda esta continunação lendo a 1a. Parte "RESPONDA ESSA: QUAL O ESPORTE MAIS ANTIGO DO MUNDO?" veja aqui.

Thor Heyerdahl, em 1947, a frente do Kon Tiki.

Duas destas privilegiadas pessoas realizaram grandes comprovações históricas e científicas, através de indícios milenares, que estão sendo aos poucos desvendados. Começando pelo período da Segunda Guerra Mundial, quando Thor Heyrdahll, um explorador norueguês estudioso da história e cultura Viking pelos mares Nórdicos, e atraído por indícios que a civilização Aimara - nativos da região do lago Titicaca, ao sul do Peru -, poderiam ter sido os primeiros desbravadores dos mares, veio até ao continente sul-americano, para entender que o burburinho num pequeno meio cientifico e histórico, poderia ser realmente verdade. Embarcou numa das mais ousadas e intrépidas aventuras jamais realizadas até então. Construiu junto com nativos peruanos, uma espécie de balsa de junco de Totora e madeira, o qual foi batizado de KON TIKI. Queria, então, provar que as antigas civilizações peruanas tinham tecnologia suficiente para atravessar o Oceano Pacífico, e chegar até as Ilhas Marquesas, na Polinésia. Durante 101 dias fez aportes em desabitadas ilhas do Pacífico Sul, provando assim, a teoria de milenares navegadores sul-americanos.

Foto da balsa da expedição Ra I, construída por heyerdahl.

Promoveu ainda mais três expedições, intituladas, RA, RA II e TIGRES, utilizando os ventos e as correntes marítimas que insurgiam do sul da América do Sul até o litoral Equatoriano e se lançavam em direção a Ásia, conhecida como correntes de Rumboldt.
Foi mais além, e em tais empreitadas descobriu e evidenciou semelhanças entre as culturas polinésia e a peruana. A maior delas seria a extensa utilização de balsas muito parecidas com as que eram produzidas em solo sul americano e tinham como o diferencial o tipo de junco utilizado.

KITIN MUÑOZ CHEGA PARA DAR CONTINUIDADE AS PESQUISAS E AVENTURAS INTER-OCEANICAS

Algumas décadas mais tarde, foi a vez de Kitin Muñoz, grande explorador espanhol, que assim como Heyrdahll, lançou-se pelo Pacífico, com o apoio da UNESCO, para também comprovar que a civilização Polinésia e até a australiana e a japonesa, entre outras, teriam suas origens e muitas influências nos aborígines sul-americanos. Em 88, Kitin deixou o porto de Callao, em Lima, Peru, a bordo do EL URU, uma balsa com 18 metros de comprimento, 4 metros de largura e pesando mais de 10 toneladas. Dispunha de dois timões – que mais pareciam com remos –, um mastro com 16 metros, tripulação composta de cinco marujos, levando 1.500 litros de água e 250 quilos de provisões mais um rádio para eventuais emergências.

MATA RANGI I, Kitin pronto para zarpar pelo Oceano Pacífico.

Cinco séculos depois de Colombo, o espírito de aventura marítimo está vivo na Espanha. E assim se apresentou Kitin Muños, graças ao êxito da expedição da EL URU”, elogiou Heyerdhal. Costearam as Ilhas Galápagos e alcançaram as Ilhas Marquesas chegando até ao Tahiti, onde a lenda das viagens inter oceanicas está enraizada em sua cultura e vive nas tradições da ilha até os dias de hoje. Com 54 dias de viagem, a missão EL URU foi concluída com sucesso e de maneira feliz.

Depois ele partiu para a Ilha de Páscoa, em 96, para construir o que chamou de "Nave". E foi essa referência que ele utilizou para comparar o que os habitantes sul-americanos da época tentavam realizar, assim como hoje, em que a humanidade tenta explorar o universo para tentar chegar a outros planetas. Com o nome de MATA RANGI I – que no dialeto pascuense significa “olhos que tudo vê” ou “olhos do paraíso” –, o projeto de construção de um barco de época e a expedição foram batizados.

Na praia de Anakena, em Páscoa, onde o rei HOTU MATUA desembarcou de uma das balsas com três mastros, como foi esculpido no peito da estátua de RANO RARAKU, divindade polinésia, Kitin pretendia continuar a investigação começada pelas balsas KON-TIKI e EL URU e percorrer toda a Polinésia no intuito de provar a teoria da influência sul-americana nas Ilhas Polinésias. Seu feito, desta vez, não alcançou o êxito esperado e naufragou junto com o barco.

Kitin a bordo do Mata Rangi.

Kitin - a direita -, acompanhado dos representantes da UNESCO e nativos de cada região Sulamericana.

Kitin apresentando sua criação ao Rei e a Rainha da Espanha.

Mata Rangi II, em alto mar durante a expedição. O legado histórico destas pesquisas é imensurável.

Mata Rangi II indo ao mar em terras sulamericanas.

"Quiero probar que los paralelismos culturales, en distintos puntos separados por el mar, no son debidos a una coincidencia, sino a la influencia de unas culturas en otras mediante naves de juncos..."
"No me interesan las imprudencias. Los riesgos se asumen cuando sabes que tienes el conocimiento suficiente para afrontarlos...".
Por Kitin Muñoz em entrevista. Clique para ver.

Sou fã destes dois camaradas, Thor Heyerdahl e Kitin Muñoz.

Continua numa próxima atualização...

Por Eduardo Rosa

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