PAÍS COMEÇA A EXPLORAR ENERGIA LIMPA PRODUZIDA
PELAS ONDAS
As nossas ondas de todos os dias podem servir prara gerar energia elétrica limpa. |
Começou neste último dia 5
de junho, dia mundial do meio ambiente, a Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que teve sua
primeira edição há 40 anos. A presidente Dilma Roussef ficou, durante estes
últimos meses, envolvida com a votação do Novo Código Florestal Brasileiro,
entre vetos e aprovações, que não tem agradado tanto a população quanto os
donos de terras pelo Brasil. São pontos de interesse que interferem diretamente
na vida de muitos brasileiros e empresas.
Alheio a tudo isso, a COPPE/UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro) está à frente de um projeto para por em funcionamento a primeira usina de ondas das Américas.
A empreitada
desenvolvida pelos pesquisadores da COPPE é alicerçada num princípio básico: as
ondas do mar movimentam bóias ligadas a braços mecânicos, que movimentam bombas
hidráulicas e injetam água tratada numa câmera hiperbárica (onde uma canalização,
extremamente estreita, faz a água bombear uma enorme pressão), que depois é ejetada,
equivalente a uma queda d’água de 500 metros de altura, similar a de grandes
hidrelétricas.
Primeiros protótipos que forneceram energia elétrica para o porto de Pecém, no Ceará. |
O
Projeto atual, que vem sendo posto em prática, está sendo financiado pela
empresa Tractebel Energia, através do
Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica,
com o apoio do governo do Ceará. A primeira usina de ondas da América Latina
será inaugurada oficialmente no porto do Pecém, a 60 quilômetros de Fortaleza
durante a Rio+20.
Segundo as informações já divulgadas, o litoral brasileiro, com cerca de 8 mil quilômetros de extensão, é capaz de receber usinas de ondas que produziriam 87 gigawatts. Na prática, é possível converter cerca de 20% disto em energia elétrica, o que equivaleria a 17% da capacidade total instalada no país.
Segundo as informações já divulgadas, o litoral brasileiro, com cerca de 8 mil quilômetros de extensão, é capaz de receber usinas de ondas que produziriam 87 gigawatts. Na prática, é possível converter cerca de 20% disto em energia elétrica, o que equivaleria a 17% da capacidade total instalada no país.
Projetos
na Europa, na Austrália e no Japão, já consideram o movimento das ondas como
força mecânica para gerar energia limpa, mas é a câmara de alta pressão,
desenvolvida pela COPPE, que amplifica o potencial dessa tecnologia, é que
torna o projeto aqui no Brasil, o mais competitivo.
Numa
breve análise, chegamos à conclusão que a viabilização desta nova forma de
geração de energia ainda é muito alto. Em quatro anos, foram consumidos mais de
R$ 15 milhões, isso só para viabilizar o projeto. Agora, os especialistas
esperam uma redução de custos com aumento da escala de produção das usinas de
ondas.
Ainda
não existem estudos concretos sobre o impacto ambiental causado com a
instalação destas usinas de ondas ao longo de nosso litoral, mas várias
entidades já apontam ser de extrema importância tais considerações, para serem
evitados problemas futuros, já que deverão ser instaladas em águas
intermediárias, entre o litoral e a costa, a uma distancia de cerca de 5 km do
litoral.
A questão energética é de extrema importância para o mundo, bem como para o Brasil. Mas, se não forem respeitadas as diretrizes ecológicas marítimas, muito dinheiro ainda deverá ser gasto num futuro próximo.
Por
Eduardo Rosa
Comentários