Travessias
inter-oceânicas milenares. O explorador espanhol, Kitin Muñoz, prova que essa é
uma teoria muito provável. E como a cultura de construção de balsas de junco
pode ter chegado até as ilhas da Oceania.
Kitin Muñoz atravessando o Pacífico a bordo do Mata Rangi |
Algumas décadas mais tarde, as
expedições do norueguês Thor Heyerdhal – ver capitulo 1 -, foi a vez de Kitin
Muñoz, grande explorador espanhol, que assim como Heyrdhall, lançou-se pelo
Pacífico, com o apoio da UNESCO, para também comprovar que a civilização
Polinésia e até a australiana e a japonesa entre outras, teriam algumas – ou muitas
- influências nos ‘aborígines’ sul-americanos.
Em 88, Kitin deixou o porto de
Callao, em Lima, Peru, a bordo do EL URU,
uma balsa com 18 metros
de comprimento, 4 metros
de largura e pesando mais de 10 toneladas. Dispunha de dois timões – que mais
pareciam com remos –, um mastro com 16 metros , tripulação composta de cinco
marujos, levando 1.500
litros de água e 250 quilos de provisões mais um rádio
para eventuais emergências, sendo este o único toque moderno da possível longa travessia.
Kon Tiki exposta em um museu em Oslo na Noruega. |
“Cinco
séculos depois de Colombo, o espírito de aventura marítimo está vivo na
Espanha. E assim se apresentou Kitin Muños graças ao êxito da expedição da EL
URU”, elogiou Thor Heyerdhal, pioneiro desta travessia. Costearam as Ilhas
Galápagos e alcançaram as Ilhas Marquesas chegando até ao Tahiti, onde a lenda
das viagens inter-oceânicas está enraizada em sua cultura e vive nas tradições
da ilha até os dias de hoje. Com 54 dias de viagem, a missão EL URU foi
concluída com sucesso e de maneira feliz.
Alguns nativos aimaras que ajudaram Kitin Muñoz e contruir. |
Depois ele partiu para a Ilha de
Páscoa, em 96, para construir o que chamou de Nave. E foi essa referência que ele utilizou para comparar o que os
habitantes sul-americanos da época tentavam realizar, assim como hoje, que
exploram o universo para tentar chegar a outros planetas. Com o nome de MATA
RANGI I – que no dialeto pascuense significa “olhos que tudo vê” ou “olhos
do paraíso” –, o projeto de construção de um barco de época e a expedição
foram batizados.
Na praia de Anakena, em Páscoa, onde o rei HOTU MATUA desembarcou de uma das balsas com três mastros, como foi esculpido no peito da estátua de RANO RARAKU, divindade polinésia, Kitin pretendia continuar a investigação começada pelas balsas KON-TIKI e EL URU e percorrer toda a Polinésia no intuito de provar a teoria da influência sul-americana naquelas Ilhas. Seu feito, desta vez, não alcançou o êxito esperado e naufragou junto com o barco.
Na praia de Anakena, em Páscoa, onde o rei HOTU MATUA desembarcou de uma das balsas com três mastros, como foi esculpido no peito da estátua de RANO RARAKU, divindade polinésia, Kitin pretendia continuar a investigação começada pelas balsas KON-TIKI e EL URU e percorrer toda a Polinésia no intuito de provar a teoria da influência sul-americana naquelas Ilhas. Seu feito, desta vez, não alcançou o êxito esperado e naufragou junto com o barco.
Barcos no lago Titicaca. |
Em 98, com o fracasso do Mata Rangi
I, Kitin Muñoz não se deu por vencido e voltou para o Lago Titicaca, no Peru, e
com a ajuda dos índios Aymaras, e do junco do lago – pois a falha da primeira
tentativa foi usar o junco da Ilha de Páscoa –, iriam construir uma Nave de 30 metros de comprimento
e 7 de largura, na praia de Chinchorro, Arica, Chile, de onde partiria a missão
Mata Rangi II. Sua pretensão era chegar até as ilhas da Polinésia e, com um
pouco de sorte, ao Hawaii, utilizando os ventos e as correntes marítimas que
insurgiam do sul da América do Sul até o litoral Equatoriano e se lançavam em
direção a Ásia, conhecida como correntes de Rumboldt.
Após 59 dias lutando contra os elementos da natureza a equipe chegou às Ilhas Marquesas, no Tahiti. Vale ressaltar que Kitin teve o cuidado de construir esta balsa com materiais e técnicas indígenas das mais tradicionais. Junto com uma família de construtores de balsas de totora, descendentes dos índios Aymaras, colheram a madeira e buscaram plantas na Floresta Amazônica da Bolívia e do Brasil, para fazer as coradas das amarras. Todos que participavam da empreitada tiveram a certeza de que iriam completar a viagem. Porém, não teve o cuidado de fazer uma resina especial, que demandava tempo, além do que Kitin dispunha, ocasionando o elemento surpresa da viagem: um fungo, que poderia ter se instalado nas cordas das amarras, corroendo-as até romperem uma a uma.
Após 59 dias lutando contra os elementos da natureza a equipe chegou às Ilhas Marquesas, no Tahiti. Vale ressaltar que Kitin teve o cuidado de construir esta balsa com materiais e técnicas indígenas das mais tradicionais. Junto com uma família de construtores de balsas de totora, descendentes dos índios Aymaras, colheram a madeira e buscaram plantas na Floresta Amazônica da Bolívia e do Brasil, para fazer as coradas das amarras. Todos que participavam da empreitada tiveram a certeza de que iriam completar a viagem. Porém, não teve o cuidado de fazer uma resina especial, que demandava tempo, além do que Kitin dispunha, ocasionando o elemento surpresa da viagem: um fungo, que poderia ter se instalado nas cordas das amarras, corroendo-as até romperem uma a uma.
Na segunda tentativa Kitin Muñoz teve exito para chegar até as ilhas Marquezas, no Tahiti, dentro do Mata Rangi II. |
Uma lenda conta que expedições indígenas
inter-oceânicas chegavam e partiam muitos séculos antes de Colombo. E desde que
o homem conheceu o mar teve vontade de saber o que havia do outro lado, não
importando se o preço pudesse ser a vida.
Kitin Munõz tentou, ainda,
atravessar o Oceano Atlântico na expedição intitulada Mata Rangi III, saindo do
porto de Barcelona, na Espanha, através do Mar Mediterrâneo. Mas não teve o
êxito esperado por conta das fortes tempestades e corrente marítimas que
assolam esta parte dos mares. Queria ele atravessar o Canal do Panamá, chegar
ao Hawaii e, quem sabe, completar uma volta ao mundo numa enorme balsa de
Totora, voltando ao porto de Barcelona, ou mesmo, ao Egito.
Mata Rangi III ainda sendo construido no Porto de Barcelona na Espanha. |
Na terceira e última parte desta aventura,
é descrito o que Cesar Dal Molin, o Cachorrão da Praia Mole, em Florianópolis, descobriu
em duas expedições realizadas pela costa oeste sul-americana, que acabaram se tornando
históricas, pelo rico material em fotos, comprovações, e outras já evidenciadas
questões levantadas por cientistas e já muito bem colocadas em vários canais
televisivos, mas que podem sim evidenciar o surfe como um dos esportes mais
antigos do mundo.
Por Eduardo Rosa
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