IMBITUBA ASSOLADA PELO DESCASO PUBLICO AMBIENTAL

NOS ÚLTIMOS ANOS, A CIDADE SOFRE COM LICENÇAS, AUTORIZAÇÕES E FALTA DE BOM SENSO COM O MEIO AMBIENTE

Área dentro do porto de Imbituba, serve para depósito do carvão coque. Foto: Divulgação
Um forte apelo surgiu nos últimos meses em Imbituba (SC), com a criação de um movimento chamada SOS Dunas da Ribanceira, que visa a preservação das enormes dunas entre as praias da Ribanceira e Ibiraquera.

Com o crescimento do movimento, outros descasos ambientais começaram a vir a tona, tornados públicos por integrantes que se sensibilizaram com a atual situação da cidade, envolta em explorações descabidas, e poluição sem controle.

Um dos maiores descasos no momento, acontece no canto da praia da Vila - um dos maiores redutos turísticos e de surf no Brasil, próximo ao Porto de Imbituba -, e atinge parte da zona central da cidade, onde uma nuvem preta, tóxica e invisível, encobre casas e terrenos, trazendo problemas respiratórios na população e sujeira. 

População e as casas próximas a região do Porto de Imbituba sofrem com a sujeira e a poluição. Foto: Eduardo Rosa.

Alguns moradores, hoje, fazem alusão ao que acontecia entre as décadas de 70 e 80, quando a hoje extinta ICC - Industria Carboquímica Catarinense -, lançava no ar uma chuva ácida, que causava ardência aos olhos, e o pó de óxido de ferro, que ressecava a vegetação, dando uma cor amarronzada as casas e as árvores.

Nesta época do ano, em que o forte vento nordeste - ou carinhosamente conhecido com o 'Nordestão' - assola Imbituba por dias seguidos - a região é considerada uma das que mais venta no mundo, por dias seguidos - trás também, para as areias da praia da Vila, uma camada preta que se mistura com a areia branca da praia, ocasionado pelo enorme movimento de caminhões a beira mar, dando um ar desolador ao ambiente.

Esse problema é causado por um depósito de carvão coque enviado pela Petrobras, que é o rejeito do petróleo, localizado dentro da zona portuária da cidade, para ser usado na fabricação de cimento, por uma mátris de queima e produção da empresa Votorantim, situada também em Imbituba.

Um processo tramitou na justiça, por alguns anos, criado pela Associação de Moradores da 'Rua de Baixo', e pela ASI - Assoc. de Surf Imbitubense -, que culminou na interdição temporária do depósito, fazendo com que telas de proteção fossem colocadas envolvendo o coque, como ajuste de conduta, para tentar reduzir o levantamento de pó, mas que até o momento tem se mostrado, totalmente, ineficiente.  

Mesmo molhando o depósito de Coque, constantemente, poeira do coque é lançada a beira mar sem controle. Foto: Divulgação.

O descontentamento de parte da população é evidente, e muitos moradores criticam, veementemente, autoridades responsáveis e políticos de Imbituba, pela omissão e a pela degradação aparente que o este material está causando a um dos lugares mais conhecidos e reverenciados do Brasil, que em breve, poderá - ou não - ser declarado 'Reserva Mundial de Surf'. 

Por Eduardo Rosa

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