PRAIA DO PORTO PEDE SOCORRO - PARTE 3

SOLUÇÃO PARA A PRAIA DO PORTO TERÁ INÍCIO APENAS EM 2019. PREVISÃO DE CONSTRUÇÃO DE EMISSÁRIO SUBMARINO É O QUE MAIS PREOCUPA. 

Visão incólume da praia do Porto. Paraglyder desfila sobre o conhecido 'Merdão' em frente ao Porto de Imbituba. Foto: Michele Viana Euzébio.

O sério problema que envolve a praia do Porto, em Imbituba, é antigo e de resolução complicada. Ainda mais, que envolve esgoto, dejetos tanto residenciais quanto, possivelmente, comerciais e industriais de alguns bairros, problemas como doenças, e mais uma infinidade de coisas. Além de pessoas frequentarem a praia do Porto, moradores vivem no entorno de todo o 'Merdeiro', como é chamado o local.

Os surfistas e banhistas também estão a merce deste descaso. Em frente ao primeiro molhes de pedras da praia, um dos melhores locais de surf da região de Imbituba, esquerdas e, principalmente, direitas longas e tubulares fazem a alegria da galera. De alguns anos pra cá, começou a ser chamado de 'Shit Break", pois é sensível o cheiro de esgoto no local, e muitos que lá se aventuraram, acabaram recebendo como 'prêmio', alguma séria doença que os deixou impossibilitado por semanas.

Imagem do Plano de Saneamento Municipal, um documento público para acesso de todos. A previsão para o início da solução que está destacada lá, será apenas para o ano de 2019, com término para 2023. 

Um boom urbanístico muito mal planejado,  eclodiu nos últimos anos na região central bem em frente a praia do Porto. A fiscalização não acontece como deveria, para conter este avanço, que vai trazendo mais problemas para a região. 

Mesmo sendo tragada a anos pelo descaso, a praia do Porto tenta sobreviver. Já foi uma das praias mais bonitas e bem frequentadas da região, atraiu turistas, é postada com frequência em fotos que rechaçam sua exuberância, inclusive em antigas revistas e jornais, e portfólios particulares, mas quem a conhece, sabe que a realidade hoje é bem outra. 


Mas, a informação mais trágica é a que está no Plano de Saneamento Municipal da Prefeitura de Imbituba, um documento público para acesso de todos. A previsão para o início da solução que está destacada lá, será apenas para o ano de 2019, com término para 2023. 

Além do longo tempo para que algo mude no cenário da praia do Porto, existe a possibilidade de construção de um emissário submarino, onde todo este esgoto será canalizado, passando inicialmente por uma Estação de Tratamento de Esgoto - ETE -, e posteriormente, jogado em alto mar. Oras, se uma ETE será construída, haveria a necessidade de um emissário para despejar a água que deveria estar tratada em alto mar?!!! 

A 'contribuição' da população tem sido decisiva em todos estes anos de descaso com a praia do Porto e a cidade. Foto: Michele Viana Euzébio. 

Claro, que pelo que se tem conhecimento, a água de esgoto tratada em uma ETE não fica 100% livre de resíduos ou coliformes fecais. E ainda assim, pelo projeto, querem destinar ao mar, este problema. Como todos sabem, as ETE's existentes, como as do norte da Ilha, em Florianópolis, que estão ainda gerando muita repercussão na mídia, além de não comportarem a quantidade de esgoto que recebem, não funcionam permanentemente.  

Portanto, a solução inicial para a praia do Porto, em Imbituba, o pode se concluir, é que será ineficaz e muito demorada. Um sério problema que se arrasta há anos, na realidade, será empurrada para futuros gestores públicos, que até lá, não se sabe se estes projetos serão implementadas ou não. 

O encontro do 'Merdeiro' com o mar, forma o 'Merdão'. Logo ali na frente fica o 'Shit break', popular entre os surfistas do local. Foto: Michele Viana Euzébio. 

Infelizmente, moradores, pescadores, banhistas, turistas, amantes da natureza e população em geral, parecem que terão que contar com a sorte mesmo, pois além dos problemas já elencados, terão que conviver por muito tempo ainda, com o mal cheiro, doenças, lixo, criação de mosquitos - olha a dengue ai!!! - e a perda potencial de um bem público, sem uma solução viável em vista. 

Resta a órgãos competentes, como Ministério Público Federal, ICMBIO, Vigilância Sanitária, entre outros, tomar alguma providência, para mudar este quadro. Cabe também a população - entre moradores, pescadores e amantes da praia do Porto -, exigirem que medidas sejam tomadas o mais brevemente possível, para contornar este antigo problema, sem solução alguma até hoje.

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