MOVIMENTO PEDE A PRESERVAÇÃO DO LOCAL E A DERRUBADA DE UMA CASA CONSIDERADA IRREGULAR E QUE ESTÁ EM APP
Salvar o Rosa Norte se reuniu no dia 26 de março para pedir apurações e definições mais rigorosas dos órgãos públicos. Foto: Arquivo/Salvar o Rosa Norte. |
No último sábado (26), a praia do Rosa, ao norte de Imbituba, recebeu o movimento ‘Salvar o Rosa Norte’, numa manifestação pacífica que reuniu cerca de 200 pessoas para pedir mais fiscalização dos órgãos públicos e uma rigorosa apuração dos fatos que tem envolvido a construção de casas de um loteamento em um local que é considerado uma Área de Preservação Permanente (APP) e APA da Baleia Franca (APA-BF).
Moradores, entidades, associações comunitárias, visitantes, turistas, e muitos que frequentam o local, e que há anos têm se preocupado com a situação do Rosa Norte, que no ano de 2002, já havia sido alvo de empresários e da especulação imobiliária, agora voltam a requerer a preservação do local.
Um dos motivos das manifestações na praia do Rosa, em Imbituba. Foto: Arquivo/Salvar o Rosa Norte. |
Cartazes, faixas e discursos fizeram da manifestação um ponto de discussão de ideias e alternativas para o canto do Rosa Norte, um dos recantos mais bem preservados do Brasil, inserido no roll das ‘30 Baías mais Belas do Mundo’, selo que além de destacar as belezas destes locais, exige a preservação paisagística como um dos pontos principais para manter inseridas as praias.
Nesta última quarta feira (30), organizadores do ‘Salvar o Rosa Norte’ e integrantes da Associação Comunitária de Ibiraquera – bairro onde a praia do Rosa está inserida - se reuniram na Prefeitura de Imbituba com o Secretário de Desenvolvimento Urbano, Saneamento e Habitação, Eduardo dos Passos Nunes e o Chefe da APA da Baleia Franca (ICMBIO) Cecil Britherhood de Barros, para sintonizarem as informações e buscarem uma alternativa em conjunto para a solução do problema.
De todas as idades e com todos os motivos para pedir a preservação do Rosa Norte. Foto: Alana Carvalho/Salvar o Rosa Norte. |
A ideia é tomar parte na discussão que envolve a Ação Civil Pública (ACP) número 5000065-21.2012.4.04.7216, criada pelo Ministério Público Federal de Tubarão (SC), e que inclui a demolição, remoção de entulhos e restauração da área degradada, e ainda, a interrupção de energia elétrica a CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina – no local, único ponto que houve recurso atendido pela Justiça Federal onde o processo tramita atualmente.
Segundo Eduardo dos Passos, "a construção já foi embargada pelo município ainda em novembro de 2015, e que os proprietários desrespeitaram o embargo imposto por duas vezes nos últimos meses, motivo pelo qual a prefeitura emitiu novo embargo e multas". Segundo proposto pela ACP, a casa deveria ter parado a construção ainda no piso térreo, para conclusão do processo, mas, segundo moradores, já está sendo construído o terceiro piso, e a obra não pára.
As pranchas da galera serviram de mural para os cartazes e faixas. Foto: Salvar o Rosa Norte. |
Para os moradores além de descaracterizar o local, outras casas já construídas em cima do Rosa Norte já tiveram seus empreendimentos embargados em anos anteriores, mas hoje estão de pé, e seus moradores vivendo tranquilamente. Para Maria Aparecida Ferreria, a Cida, presidente do Conselho Comunitário da Ibiraquera, “as decisões, infelizmente, tem sido favoráveis aos envolvidos na ação, e pouco favoráveis ao meio ambiente”.
Um abaixo assinado virtual - clique no link para assinar - criado pelo movimento ‘Salvar o Rosa Norte’ conseguiu arregimentar quase 8 mil assinaturas em menos de duas semanas. E outro em papel corre entre a comunidade e os comerciantes que apoiam o movimento.
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