TAINÁ HINCKEL: "QUEREMOS SIM SER CAMPEÕES"

REVELAÇÃO DO SURF FEMININO NACIONAL, ATLETA DA GUARDA DO EMBAÚ, FALA DE CONQUISTAS, VIAGENS, DO PAI, CBSURF E JAPÃO

Tainá Hinckel e Carlos Kaxot, em Imbituba. Foto: Arquivo pessoal

Anos 80 e 90, Carlos Kaxot era um dos melhores competidores catarinenses em eventos estaduais e nacionais. O mais difícil não era vence-lo, era marca-lo nas baterias. Com um preparo físico invejável e um power surf impressionante, até hoje surfando, mostra versatilidade e conhecimento do cortado.

Não muito diferente, seu DNA é reconhecido no surf de sua prodigiosa rebenta, Tainá Hinckel, aos 16 anos de idade suas linhas, suas rasgadas, seu posicionamento, tudo lembra algum traço evidente daqueles áureos tempos para quem teve a sorte de assisti-lo ou mesmo, o trabalho que dava vence-lo numa bateria. 

Tainá em Peñascal, Peru, durante o QS1000. Foto: Gino Bello Braschi

Tainá criou-se na praia da Guarda do Embaú, em Palhoça (SC), com a inspiração de uma das melhores ondas do país, absorveu a aura atleta infinita de seu pai, e hoje busca seu espaço entre as melhores surfistas do Brasil e do Mundo. Mas, principalmente, ela quer treinar, evoluir e "deixar rolar", nada mais natural para uma adolescente na sua idade.

Nesta rápida entrevista Taina conta um pouco de tudo, e até seu pai, Kaxot, participa dando seu pitaco sobre o suporte dado a filha. E sobre sua, praticamente, concreta participação no ISA World Júnior 2017, em setembro, no Japão quando o surf fará seu segundo teste para o Comitê Olímpico Internacional visando a estréia do surf nas Olimpíadas em 2020.

"A vida que eu sempre quis, sempre sonhei e sou muito grata por estar vivendo tudo isso", Tainá Hinckel. Foto: Arquivo pessoal.

Ficha Técnica:
Nome completo: Tainá Hinckel;
Idade: 14 anos;
Tempo de surf: 6 anos;
Melhor pico de ondas: Guarda do Embaú;
Viagens: Hawaii, Indonésia, Peru e Australia;
Patrocinadores: Mormaii, Silver Bay e Rhyno Foam;
Principais resultados: Campeã Sul Americana Pro Jr;
Ídolos: Carissa Moore;
Pranchas e medidas: 5'4" - 17"5/8, 2"3/16 Pyzel e shape do meu pai.

Tainá Hinckel surfando Peñascal, no Peru, durante o QS 1000 da WSL em que ficou na 5ª colocação. Foto Gonzalo NoriegaPena Punch

Surfemais: Como e quando começou a surfar?
Taina Hinckel: Quando eu tinha de 6 para 7 anos, me deu vontade e comecei.

S.M.: Como é o incentivo dado pelos pais nos treinos e nas competições?
T.H.: Muito importante, me dá segurança e confiança. 

S.M.: Qual a importância do CBSurf Tour para sua carreira?
T.H.: É muito legal a união na competição por estados, e esse é o caminho para o mundial por países. Acredito também que fortalece as associações para poder aparecer melhores surfistas.

S.M.: Kaxot, como tem sido incentivar e treinar sua filha para as competições?
T.H.: Tem o lado prazeroso, e acho muito importante para ela, tento transmitir segurança e dar tranqüilidade.


Tainá Hinckel, logo após vencer a 2ª etapa do CBSurf Tour 2017, em Pernanbuco. Foto Fecasurf.

S.M.: A seleção catarinense da Fecasurf começou muito bem o CBSurf Tour 2017 abocanhando a liderança já na primeira etapa. Após a 2ª etapa divide a liderança com SP. Como você se sente fazendo parte desta equipe e como tem sido a união entre atletas e comissão técnica da Fecasurf no CBSurf?
T.H.: É um prazer imenso fazer parte da equipe, a união de todos é demais e queremos sim ser campeões.

S.M.: Estais liderando as duas categorias Feminino - Sub 16 e Sub 14 - no CBSurf Tour 2017. Praticamente garantida na Seletiva do Japão em setembro. Como tem sido toda a preparação e a expectativa caso possa representar o Brasil neste evento importante que servirá de espelho pelo Comitê Olímpico Internacional - COI - para a estréia do surf nas Olimpíadas do Japão em 2020?
T.H.: Eu nem tenho pensado muito sobre o Japão, estou deixando rolar. Um passo de cada vez, e estou nesse momento no Peru treinando algumas manobras novas. Participei aqui do QS 1000 e acabei com a quinta colocação em um mar casca grossa, com ondas de 8 pés sólidos. Deixa rolar e vamos nessa...

S.M.: Além dos eventos em SC e o CBSurf, que outras competições vai priorizar em 2017?
T.H.: No momento estou mais preocupada em evoluir, quero deixar meu surf o melhor possível. Devo competir algumas etapas do QS e me divertir o máximo.

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