COMUNIDADES DA RIBANCEIRA E RIBANCEIRINHA SE UNEM PARA DAR UM FIM AO PROBLEMA
Na segunda postagem Surfemais, sobre descasos em Imbituba, mais um sério problema ambiental e de saúde pública em Imbituba.
Outro sério problema voltou a cena em Imbituba nos últimos tempos, tem relação com o famigerado 'fantasma da ICC' que ainda 'assombra' a cidade de Imbituba. O OP Pro Imbituba 94 – um dos maiores eventos de surf do país -, que ocorreu para selar seu fim, não foi suficiente para enterrar de vez o grave passivo ambiental deixado pela petroquímica.
Recentemente, moradores das regiões da Ribanceira e Ribanceirinha - que é popularmente conhecida como Ribanceira dos Farias, localizados opostamente a um grande depósito deste material descartado pela antiga ICC - Industria Carboquímica Catarinense -, voltaram a reclamar que uma nuvem de pó vermelho, que segundo eles, proveniente desse depósito de óxido de ferro, possa estar sendo levado pelo forte vento que tem ocorrido na região nestes últimos meses. Em 2013, fato semelhante já ocorreu, mas o problema segue ano a ano, já que a incidência deste vento aumenta sempre no segundo semestre dos anos que se passam.
Moradores mostram o acumulo do pó vermelho em em vários lugares. Foto/reprodução: Eduardo Rosa |
Este depósito vem nos últimos anos sendo explorado por uma empresa que transforma o gesso e o óxido de ferro - resultante da queima da pirita, processo que era feito na extinta ICC - no local, como material agrícola, que ficava até então exposto ao ar livre como já constatado pelas autoridades competentes.
Segundo moradores, uma determinação na Fatma - Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina - exige que a área explorada esteja coberta, principalmente pela ocorrência comum de fortes ventos no local. E segundo as entidades envolvidas nessa denúncia, isso pode não estar sendo cumprido há anos. "Isso fica visível até mesmo nas paisagens próximas ao local", relata Henrique Farias, morador da Ribanceirinha.
Para o médico Imbitubense, Odimar Pacheco, o problema começou lá atrás quando o depósito começou a ser construído e o material depositado. "A primeira denúncia sobre o óxido de ferro foi feita por mim, quando meu pai, o saudoso Itamar, pescava na Itapeva Imaruí, e começou a pegar peixes cegos. Levei alguns peixes para a UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina -, que detectou altos níveis de ferro nas águas da lagoa e nos peixes. Durante as chuvas, o pó vermelho escorria por um pequeno riacho que corria ao lado de onde se localiza hoje a Votorantim, e ia desembocar na Lagoa de Imaruí, levando grande quantidade do produto para a lagoa. Na época, houve a cobertura do óxido de ferro com grama e também foram feitos tapumes para que o subproduto não chegasse ao Riacho", comentou Dr. Odimar Pacheco.
A retirada deste material do local onde foi depositado, é de suma importância para nossa cidade mas, a proteção para que o ambiente na região e, principalmente, a saúde das pessoas que vivem no entorno, deveriam estar em primeiro lugar. Mas, durante alguns anos, as cenas se repetiram, e nas redes sociais diversos vídeos e fotos feitos por moradores ressaltavam o ar desolador em relação a ação da autoridades nos últimos anos.
Consultada, a Secretaria de Meio Ambiente – SEMA – da Prefeitura de Imbituba, informou que já vem trabalhando no caso há quase um mês, assim que os moradores se manifestaram novamente, e que foi consultada pela Fundação do Meio Ambiente do Estado – Fatma -, para ser alinhada uma linha de ação para evitar a repetição do problema para o meio ambiente a os moradores.
Em uma reportagem realizada nesta semana pelo grupo NSC TV de Criciúma – antiga RBS TV –, a empresa que explora estas montanhas de gesso e pó vermelho comunicou que irá adquirir ‘tecnologias apropriadas’ para a proteção do material no local. Já à SEMA, foi informado que será feito a cobertura dos montes expostos com uma lona específica e aterrada com areia e vegetação para impedir que os resíduos continuem sendo levados pelo vento. A empresa apenas não informou ainda quando isso ocorreria, deixando em aberto esta posição.
Resta agora saber, se tanto o gesso – que era usado com fins comerciais pela empresa – como o óxido de ferro, estavam sendo retirados do local para este mesmo fim, bem como, se a área continuará sendo explorada – ficando um dia livre destes sub produtos - e se esse passivo ambiental para com o município será reposto de alguma forma, ou pela empresa que explora. ou pela responsável pelo depósito, a Petrofértil. Apesar de algumas soluções imediatas, o sério problema pode persistir, já que até o mês de novembro a incidência de vento nordeste forte ainda persistirá.
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