PROGRAMA PASSA A ATUAR NO LITORAL SUL CATARINENSE, DENTRO DA APA-BF
Integrantes do projeto Toninhas, que atua há 15 anos com pesquisas relacionadas a cetáceos no litoral norte de Santa Catarina, junto com Cecil Barros Chefe da APA da Baleia Franca. Foto: Divulgação. |
Com 15 anos de pesquisas relacionadas a cetáceos no litoral norte de Santa Catarina, o Projeto Toninhas ampliou sua área de atuação para o sul do estado. O programa passa a concentrar esforços também na região de abrangência da Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca (APA-BF), uma unidade de conservação federal, que irá agregar mais nove municípios ao território de cobertura do projeto.
Em suas fases anteriores, o programa estava direcionado à Baía Babitonga, no litoral norte de Santa Catarina, onde vivem cerca de 50 toninhas, única população conhecida da espécie que vive em ambiente estuarino no Brasil. Desde então, pesquisadores com larga experiência tem atuado massivamente na pesquisa e conservação desse golfinho, que é o mais ameaçado de extinção no Atlântico Sul Ocidental. Desde setembro de 2017, por meio do patrocínio da Petrobras, foi possível estender a área de estudos para a região da APA-BF.
A coordenadora do Projeto, Dra. Marta Cremer comemora a atuação junto a uma Unidade de Conservação.
Nova área de atuação do Projeto Toninhas abrange a APA da Baleia Franca Foto: Reprodução. |
“As unidades de conservação são uma importante ferramenta para a conservação das espécies ameaçadas. No caso das UCs de uso sustentável, como a APA, o manejo das atividades no território é feito de forma participativa com a comunidade, aliando a conservação da biodiversidade com a sustentabilidade econômica da região. Um excelente exemplo para a Baía Babitonga”, explica a pesquisadora Marta Cremer.
Com a adesão da APA, uma área com cerca de 130 quilômetros litorâneos será agregada ao projeto. Entre as atividades previstas para essa nova fase estão a realização de sobrevoos e a utilização de um sistema de monitoramento acústico passivo, tecnologia de ponta, que pela primeira vez está sendo utilizada com toninhas, em parceria com a Agência Sueca de Gestão Marítima e de Águas (Swedish Agency for Marine and Water Management - SwAM), o Jardim Zoológico Sueco Kolmarden Djurpark, e a empresa britânica Chelonia Limited.
O Projeto Toninhas é realizado pela Univille e conta com Patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A toninha (Pontoporia blainvillei) é uma espécie endêmica da costa leste da América do Sul, com distribuição entre o norte do Espírito Santo, no Brasil, e o norte da Patagônia, Argentina.
'Morte acidental', o maior problema para a conservação da espécie
Por ser um animal pequeno e de comportamento discreto, há pouca informações sobre a população da toninha. Foto: Divulgação. |
A mortalidade decorrente da captura acidental em redes de emalhe, ao longo de toda sua distribuição, é apontada como o maior problema de conservação da espécie. Por este motivo, a toninha é considerada ameaçada de extinção no Brasil desde 2003, sendo que o nível de ameaça da espécie passou de “vulnerável” para “criticamente ameaçada” nos últimos dez anos.
Por ser um animal pequeno e de comportamento discreto, há pouco conhecimento por parte das populações litorâneas sobre a toninha, sendo a popularização da espécie um dos grandes desafios em prol de sua conservação.
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