BALEIAS PROTEGIDAS NO ATLÂNTICO SUL: BRASIL 2 X 1 JAPÃO!!

Liberação da caça comercial às baleias é rejeitada após última votação no IWC em Florianópolis nesta sexta feira (14)


A proposta para liberar a caça comercial das baleias no Atlântico sul apresentada pelo Japão, onde nos últimos quase 40 anos ela está proibida, foi rejeitada na manhã desta sexta-feira (14) pela Comissão Baleeira Internacional (IWC - Internanional Whaling Comission), que vinha discutindo o tema desde a última segunda feira, no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis.

Foram 41 votos contrários à caça, de países como Brasil, Estados Unidos e Argentina. Houve ainda 27 votos favoráveis, de países como Japão e Islândia, que têm tradição na pesca dos mamíferos. Duas abstenções também foram registradas, da Coreia do Sul e da Rússia.

José Truda Palazzo comemora votação

José Truda Palazzo - 1º da direita para a esquerda - durante o IWC 2018. Foto: Arquivo pessoal.

Um dos maiores ambientalistas do Brasil, que já viveu e trabalhou com o tema na Capital Nacional da Baleia Franca, em Imbituba (SC), hoje Diretor do Instituto Baleia Jubarte na Bahia, e que esteve presente ao IWC, comemorou a decisão, via redes sociais, "Parabéns Floripa! #NoMoreWhaling!" A caça comercial das baleias está proibida há 32 anos, mas o país asiático, defende a revisão do regulamento e a liberação da atividade.

Com a Declaração de Florianópolis, que foi aprovada ontem, as prioridades da comissão foram reorientadas, o foco total é na preservação. Nos últimos anos, o trabalho da comissão foi muito refém dessa proposta de retomar a caça. Agora, teremos mais espaço para trabalhar temas como conservação, poluição e estudar o papel das baleias no ecossistema marinho”, afirmou José Truda Palazzo.

Declaração de Florianópolis: Tudo como era antes

Na manhã de quinta, a Declaração de Florianópolis, aprovada com voto de 40 países, reafirmou a moratória de caça à baleia. De acordo com Palazzo, "a votação desta sexta ocorreu, depois de aprovada a Declaração que rejeita a proposta japonesa, por se tratar de uma proposição do Japão, um país com ampla participação no evento mas, na prática, não tinha menor chance de ser aprovada".

Conforme o Secretário Nacional de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente José Pedro de Oliveira Costa, com a declaração de Florianópolis a conservação foi colocada como uma questão prioritária pela primeira vez em 20 anos.

Caça comercial: IWC/Brasil 2 X 1 Japão

Placar no IWC 2018. 

A proposta japonesa de liberar a caça incluiria a criação de um comitê de caça sustentável, que estabeleceria cotas para definir quanto cada país poderia capturar por ano. Nenhum representante da delegação japonesa quis dar entrevista. O Japão precisava de 75 % dos votos da comissão para aprovar a caça.

Existe emalhamento frequente de baleias em rede de pesca, colisões com grandes embarcações e a poluição dos mares. E a própria mudança climática vem fazendo com que haja outros impactos e somados esses impactos à caça da baleia novamente, poderia colocar a perder o que se ganhou de pouco nesses 32 anos de moratória”, declarou o diretor do Instituto Baleia Jubarte José Truda Palazzo.

Protestos em frente a conferência foram organizados em questão de horas


A possibilidade de que a caça de baleias fosse liberada gerou protestos desde segunda (10) por parte de ambientalistas e ONGs internacionais que estão em Florianópolis para acompanhar as discussões. Em frente ao Costão do Santinho, na praia do Santinho, na Capital do Estado, dezenas de manifestantes se revezavam para protestar e mostrar contrariedade a proposta japonesa. 

Santuário de Baleias: Um novo e protegido recomeço para nossos maiores mamíferos

A proposta brasileira de criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul foi rejeitada em votação na terça (11). Entre os contrários estão Japão, Noruega e Islândia, países que defendem a caça de baleias para pesquisa.

A área destinada seria composta pelas águas do oceano Atlântico, abaixo da linha do Equador, entre as costas da África e da América do Sul, com 20 milhões de quilômetros quadrados que abrigam 51 espécies de cetáceos.

Fonte: Visse

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